Manso Preto | De uma forma emblemática e confrangedora, evidenciam-se os meandros nebulosos de quem culpa de todos os males os antecessores que antes tinham as rédeas políticas, sejam de dimensão nacional ou local. Antes se afirmassem com uma postura e credibilidade que em tempos reivindicavam como alternativa para se diferenciarem, publicamente como convinha, num palco com pose estudada e voz colocada em plateias inebriadas perante o chefe da tribo!
Vem isto a propósito da ‘esmola’ de 10 mil euros que a responsável governamental do Mar, Ana Paula Vitorino (PS), atribui para os acessos ao porto de mar de Viana do Castelo que, quando era oposição, considerava prioritários para o seu desenvolvimento. Às palmas que o presidente da Câmara Municipal então lhe dedicou, responde hoje o autarca com um silêncio, no mínimo, confrangedor. Com um PSD com culpas no cartório e que parece sofrer de amnésia, valha-nos o exemplo do deputado socialista José Manuel Carpinteira que, na Assembleia da República, pediu explicações…
Esquecem que o poder é efémero e, não raras vezes, traz consigo ‘tiradas’ demagógicas e populistas, mas com prazo de validade, fictícias para encobrir outros males ou ambições desmedidas, inúteis, ocas, panfletárias, numa indigente falta de argumentos e cultura democrática do alto do seu ego, a resvalar para uma vaidade doentia e incontinente.
Inflamados por um ou outro momento em palco comicieiro ou num passado não muito distante de vitórias surpreendentes, são os políticos que temos e, também por isso, me lembro do velho ditado popular: mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo!…
Manso Preto é director de Minho Digital.