O presidente da Freguesia de Sistelo, assim como o responsável do Baldio de Sistelo, referiram-se à importância do projeto para o território de Sistelo, no sentido de que o trabalho e estudo de proximidade desenvolvidos permitirá alavancar algumas ações já planeadas, com vista a uma maior fixação de pessoas nos territórios de baixa densidade, reforçando e valorizando o papel das comunidades locais de montanha, com um especial foco para a agro-silvo-pastorícia e para o turismo de experiências sustentáveis.
Já Pedro Teixeira, coordenador da equipa técnica da ARDAL, destacou a convergência dos parceiros do projeto em tornar as montanhas do Alto Minho vivas e atrativas, lançando o desafio para que o projeto possa ter continuidade no futuro.
Este encontro reuniu um painel diversificado de oradores especialistas em diversas temáticas relacionadas com o desenvolvimento das comunidades de montanha, onde foi possível discutir aspetos essenciais para tornar as comunidades de montanha mais atrativas e resilientes, focando o debate na necessidade do trabalho em rede e na valorização, promoção e inovação progressiva dos produtos e serviços da Montanha.
Foram também salientadas pelos vários oradores, no âmbito da apresentação dos resultados moderada por Luís Brandão Coelho, diretor regional adjunto da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, as adversidades e oportunidades dos territórios de montanha, destacando-se a importância da atividade agrícola e dos apoios ao rendimento dos produtores provenientes dos serviços de ecossistema e a necessidade de reforçar a conetividade local, regional e global, seja pela acessibilidade a serviços coletivos ou pela importância de dotar estes espaços das novas e emergentes infraestruturas e tecnologias digitais (ex. acesso ao 5G, plataformas e redes de inovação, etc.).
Na mesa redonda, composta por diversos especialistas na área do turismo sustentável, ecologia da paisagem, economia ambiental e desenvolvimento rural, foram abordados os desafios associados à inovação, ao conhecimento e à governança tendo por base a gestão participada e adaptativa. A gestão ativa da paisagem, o papel do fogo prescrito, a conservação dos solos, a necessidade de reforçar a produtividade e a diversidade agroflorestal tendo por base as bacias alimentares e a economia circular, foram também o foco da discussão nos dois momentos de debate com os cerca de 40 participantes na sessão.
Assinale-se ainda o visionamento do trailer “Da montanha à mesa” produzido no âmbito deste projeto, com a colaboração da Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo, cujo objetivo visa promover o território, os produtores, os produtos e a sua valorização numa experiência gastronómica.
Na sessão de encerramento, a Secretária de Estado de Valorização do Interior, Isabel Ferreira, salientou a vasta área de territórios de montanha no contexto nacional (representam, em termos geográficos, cerca de 2/3 do território nacional) e a importância desses territórios no atual contexto excecional de pandemia. Deu também nota da necessidade de combater as desigualdades desses territórios no âmbito das alterações climáticas e da transição digital. Sugeriu ainda a adoção de abordagens integradas, considerando as especificidades do interior, não como obstáculos, mas como oportunidades para o desígnio nacional da coesão territorial.
Por fim, Isabel Ferreira destacou a importância do projeto “Montanhas do Alto Minho”, ressaltando, também, como fatores de valorização do território, o desenvolvimento da Estratégia Regional da Paisagem do Alto Minho e a atribuição do Galardão Europeu “Carta Europeia de Turismo Sustentável” ao Alto Minho, pela Federação Europeia de Parques (EUROPARC).