Alto Minho | Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos (ANCEVE) contestou que desde Setembro passado que o Governo alargou a todo o País a proibição de venda de bebidas alcoólicas após as 20h, nos estabelecimentos de comércio a retalho, incluindo supermercados e hipermercados.
Esta medida está a causar um enorme prejuízo ao sector vitivinícola, uma fileira que impulsiona a economia nacional e contribui para a manutenção das comunidades rurais e ordenamento do território, para além de levar bem longe o nome de Portugal.
Os produtores mais pequenos de vinhos, que estruturam o grosso do tecido empresarial vitivinícola, dependem em absoluto das vendas para os restaurantes e as garrafeiras especializadas. Estão sem chão desde Março.
Os produtores médios e grandes, que também vendem para a distribuição moderna, tinham conseguido, até Setembro, equilibrar a facturação com os supermercados e hipermercados (embora sacrificando substancialmente as suas margens), mas a proibição de venda de bebidas alcoólicas após as 20h constituíu uma machadada brutal na sua actividade.
Apesar de continuarem a apostar na exportação (da qual não desistiram, malgrado as enormes dificuldades trazidas pela pandemia), essas empresas dependem muito do mercado nacional e as quebras causadas pela proibição de venda de bebidas alcoólicas após as 20h vieram afectar dramaticamente as suas tesourarias e a capacidade de honrarem os seus compromissos com os trabalhadores, o Estado e os fornecedores.
A proibição de venda de bebidas alcoólicas após as 20h prejudica indubitavelmente os consumidores, que desejam efectuar as suas compras no horário pós-laboral.
É uma medida discriminatória, que deveria ser revista de imediato, pois não faz qualquer sentido, no momento actual.
É uma medida que afecta muito negativamente um produto nacional como o vinho, que é parte integrante da vida e cultura portuguesas.