Resulta certamente indignante todo o armamento dialéctico e de falsas noticias ou informações a conta da muito legítima pretenssão de Catalunya de consultar democráticamente a seus cidadãos referido a seu sistema de governo e da sua dependencia ou independencia respecto de outros estados, designadamente Espanha. Haverá algo mais democrático? Carece de lógica esso de que todos os cidadaos do Estado espanhol deveriam mostrar sua conformidade ou disconformidade com a saida de Catalunya do Estado; som eles os que se querem ir e parece lógico que se maioritariamente desejam independizarse ou artelhar uma nova ou determinada relação política som eles que deverám decidir; se, polo contrario, fossem expulsos penso que nesse caso sim deveria consultarse ao resto do Estado espanhol de se havia conformidade maioritaria para sua expulsão ou incluso para seu artelhamente em determinadas condições.
Penso que o determinante para aceptar a decissão se um povo relativa ao ejerciço da sua soberania não é sua historia senão sua decissão maioritaria no momento determinado evidenciada em actos claros realizados a través do tempo.
Escoito vozes autorizadísimas de tertulianos e incluso intelectuais deslitigimando o proceso catalán porque Catalunya nunca foi um reino nem foi independente senão um territorio dependente da Corona de Aragón. E como a historiografia no Estado español foi totalmente deturpada, manipulada e desfigurada para construir ideologicamente a sacrosanta unidade nacional o boato toma corpo e passa á categoría de verdade.
Pois bem os territorios do norte da actual Catalunya formavam parte da provincia romana Hispania Citerior, depois Tarraconense, e pasaron por diversos avatares entre eles o reino visigótico com Ataulfo á cabeza e sua esposa Gala Placidia com capital em Tarraco; com posterioridade a conquista polos mouros formou parte da Marca Hispánica carolingia. No S. IX o monarca carolingio nomea a Wifredo el Velloso conde de Cerdaña, de Barcelona e de Gerona, e transmítelhe o governo, quem á sua vez o transmite a seus descedentes polo que no S. X os condados covertironse em indepedentes, rompendo o débil elo existente com a monarquia Carolingia o conde Borrel II ao negarse oficialmente a prestar juramento ao monarca que naquela altura era o primeiro da dinastía dos Capetos. No S. XI Catalunya é uma sociedade feudal integrada por varios condados com un Estado feudal autónomo no cumio do que se atopava o Conde de Barcelona, Ramón Berenguer I, continuado nos seus descendentes até que ja no S. XII, governando o conde Ramón Berenguer IV casa com Petronila de Aragón, filha do rei de Aragón Ramiro quem renuncia a seu reino e á sua filha a favor de Ramón Berenguer IV como prínceps de Aragón o que não impede que tanto Catalunya como Aragón conservem seus orgaos de governo, costumes, privilegios, etc., pois não chega a existir nem absorção nem fusião senão o que podemos calificar como una união dinástica do Condado de Barcelona e o reino de Aragón. Em 1188 a assembleia Paz i Tregua, germen das Cortes Catalanas que se constituirám com a denominação de Generalitat em 1.365, estabelecem sua exclusiva jurisdição no territorio que delimitam e que pasa a chamarse Principado de Catalunya; as instituições políticas catalanas forom reformadas em 1.486 por Fernando II de Aragón.
Não foi pacífica a vida política catalana com Carlos V nem com Felipe II; a política centralista e anticatalanista de Felipe IV unida á crise económica provocou em 1.640 a sublevação de Catalunya em plena guerra dos trinta anos. Em outubro de 1.652, don Juan de Austria (filho bastardo de Felipe IV) ao frente das tropas castelhanas entra a sangre e fogo em Barcelona. Dispondo de Catalunya como se fose seu cortijo, Felipe IV acepta a divissão do territorio catalán (ao norde e sul dos Prineos), em contra da vontade das instituções catalanas, cedendo a França os territorios catalans do norde a cambio de conservar Flandes. O 11 de setembro de 1.714 capitula Barcelona perante as tropas de Felipe V. Coidado que estamos com outro Felipe, o VI.
Durante o reinado de Fernando VII houvo varias sublevações da sociedade catalana e nasceu a ideia republicana. E no chamado sexenio revolucionario (1868-1874) forom varios os intentos separatistas, chegando em 1.872 a aprobar as Bases para a Constituição Regional Catalana em assembleia celebrada en Manresa.
O evoluir nos séculos XX e o que vai do XXI resulta mais fácil de estudar. Que precisa o Estado espanhol, os cidadaos espanhois, para compreender a vontade de liberdade e de autogoverno do povo catalán que segue sem ser escoitado e que só foi reprimido, enganado e masacrado em aras de esa pretendida unidade de Espanha?