Caminha | Os autarcas de Caminha e A Guarda querem ver incluída na agenda da próxima Cimeira Ibérica, em Viana do Castelo, a possibilidade de concretização de uma ligação efetiva, regular e segura entre estes dois municípios transfronteiriços.
O presidente da Câmara Miunicipal de Caminha, Rui Lages, adiantou que, no imediato, a solução passa por substituir o ‘ferryboat’ Santa Rita de Cássia, que liga o município de caminha a “A Guarda”, por uma embarcação elétrica e pelo desassoreamento do canal de navegação.
O autarca acrescentou ainda que “Estamos a falar de uma embarcação mais moderna, mais amiga do ambiente, movida a energias renováveis ou sustentáveis e da necessidade de ser feita uma pequena intervenção de desassoreamento do canal de navegação. As nossas estimativas de investimento, nesse projeto, rondam os oito a 8,5 milhões de euros”, sublinhou.
Na carta conjunta que Rui Lages e, o seu congénere de A Guarda, António Lomba, enviaram à Ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa, apelam “à sensibilização da governante para o tema” durante a Cimeira Ibérica, e afirmam “estar em causa a união de dois povos, que desde sempre viram o Rio Minho como um espaço comum que os une, mas que, nos últimos tempos, tem sido um espaço que os tem separado, por contingências alheias aos dois concelhos”.
O ‘ferryboat’ Santa Rita de Cássia, que liga a vila de Caminha, a A Guarda, começou a cruzar o rio Minho em 1995, mas ao longo dos anos a travessia esteve várias vezes interrompida, em algumas situações por largos períodos, ou devido a avarias na embarcação ou pelo assoreamento do canal de navegação.
Desde maio último, a ligação através do ‘ferryboat’ Santa Rita de Cássia está interrompida devido a “problemas graves” no cais galego que impede a atracação do ‘ferry’ na margem galega com o mínimo de segurança”.
“Desde maio último, a ligação através do ‘ferryboat’ Santa Rita de Cássia está interrompida devido a ‘problemas graves’ no cais galego”
Na altura, a Câmara Municipal de Caminha adiantou que nas condições em que se encontra o cais, “não seria possível obter sequer autorização das autoridades marítimas e fluviais para a operação”, sublinhou aina que “o problema é complexo e transcende o município de A Guarda”, sendo que “a empreitada para a reparação da infraestrutura é da responsabilidade dos Portos de Galiza, que está sobre alçada do Governo Regional”.
Na carta que agora enviaram à ministra da Coesão Territorial, os dois autarcas referem que “a intervenção, da ordem dos 500 mil euros, não estará solucionada antes do verão do próximo ano”.
“Do lado português, o ‘ferry’ encontra-se operacional, mas parado, sendo certo também que a embarcação, de idade avançada, necessita de ser substituída por outra mais eficaz, movida a energias mais limpas e amigas do ambiente, com menor calado e capaz de superar as questões do assoreamento do rio Minho”, defendem os autarcas na carta enviada à ministra da Coesão Territorial.
Rui Lages adiantou que o AECT Rio Minho está a desenvolver estudos sobre soluções de ligação entre os dois municípios transfronteiriços
Para os dois autarcas são “motivos de sobra para, aproveitando a presença dos líderes dos dois países, discutir a questão ao mais alto nível já no dia 04 de novembro, em Viana do Castelo, na 33.ª Cimeira Luso-Espanhola, que será presidida pelo primeiro-ministro, António Costa e, pelo presidente do Governo de Espanha, Pedro Sanchéz e que decorrerá a partir das 11:00, em Viana do Castelo.
Antes, às 09:00, em Braga, os dois chefes de Governo visitam o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, “exemplo de excelência de inovação, fundado pelos Governos de Portugal e Espanha”.