Monção | O Cordeiro à Moda de Monção, conhecido localmente como “Foda à Monção”, é um prato tradicional da Páscoa. A sua confeção, em alguidar de barro e levada ao forno de lenha, vem de tempos ancestrais, tendo atravessado gerações de cozinheiras monçanenses.
Em período de confinamento, devido à pandemia, as reuniões familiares alargadas estão proibidas, sendo natural que, este ano, aquele afamado prato do nosso concelho não esteja em lugar de destaque na mesa da Páscoa monçanense. Perfeitamente normal face à necessidade de contenção e prevenção do vírus.
Mesmo assim, quem aprecia esta maravilha gastronómica de Portugal, pode degustá-la na tranquilidade do lar, uma vez que vários restaurantes de Monção vão ter disponível, em regime de take away, este prato autêntico com sabor único, que tanto diz à comunidade monçanense.
A confeção deste prato tradicional, não só recupera o saber dos nossos antepassados, como lhe adiciona um pouco de arte, carinho e profissionalismo das atuais cozinheiras. O nome artístico, digamos assim, reflete bem o caráter afável, folião e bem-disposto dos monçanenses.
Porquê “Foda à Monção”?
Reza a história que: “Os habitantes do burgo, que não possuíam rebanhos, dirigiam-se às feiras para comprar o animal. E, como em todas as feiras, havia de tudo, bons e maus. A verdade é que os produtores de gado, quando o levavam para a feira, queriam vendê-lo pelo melhor preço.
Desta forma, nas semanas anteriores, para que os animais parecessem gordos, punham-lhes sal na forragem, o que os obrigava a beber muita água. Na feira, onde os ditos eram comercializados, apareciam com uma barriga cheia de água e pesados, parecendo realmente gordos.
Os incautos, que não sabiam da manha, compravam aqueles autênticos “sacos de água” e, quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira do Minho: Que foda! O termo tanto se popularizou que o prato passou a designar-se, por estas bandas, como foda. De tal modo que é frequente, pelas alturas festivas, como a Páscoa, ouvir dizer: “Ó Maria, já meteste a foda?”.