Melgaço | No passado sábado, dia 26 de fevereiro, Melgaço voltou a queimar o ENTRUDO.
O momento pretende recordar as tradições e costumes que em tempos animavam Castro Laboreiro e, este ano, e pela primeira vez, o certame contou com uma participação especial: os Folhateiros de Lobios, personagens tradicionais do Entrudo deste município da Galiza.
O programa arranca com o habitual cortejo pelas ruas da vila de Melgaço.
Vários grupos desfilaram rumo ao Largo Hermenegildo Solheiro, mostrando as suas máscaras e fantasias.
O cortejo finda com o concurso “Mascarados”, onde o principal critério de avaliação será a “Identidade Cultural da Região (Melgaço e territórios transfronteiriços próximos)”, numa lógica de promoção da identidade territorial e da cultura local.
No final acontecereu a queima do ENTRUDO, o boneco vestido de roupas velhas: o ato representa a expulsão de todos os males e a purificação das mentes, mas dizem os populares que este momento simboliza também o desejo de que o inverno acabe e que a primavera comece.
Os Farrangalheiros
Outrora, na vila C(r)asteja, o Entroido, era assim que os habitantes designavam o seu Carnaval, era uma das festas mais participativas da freguesia. Havia diversão de sábado a terça-feira, com bailes e mascarados dispersos por vários recantos da vila. Não faltava o tradicional cozido à portuguesa e doces típicos. Tiros, bombas e foguetes anunciavam a festa.
Nessa altura, os Farrangalheiros saíam à rua, trajados a rigor: homens e mulheres vestiam o tradicional saiote castrejo tipicamente vermelho bordado e/ou decorado com cores garridas, as blusas e o lenço amarelo. O traje era composto pelo garruço, o objeto mais representativo do Entroido C(r)astejo: chapéus de cartão decorados com fitas e enfeites garridos que congregam uma renda que encobre o rosto dos Farrangalheiros.
Os Folhateiros de Lobios
Os Folhateiros de Lobios são as personagens tradicionais do Entrudo deste Município da Galiza. A recuperação da tradição remonta a 2018 e por iniciativa da Associação de Empresários e da empresa de animação Mira Xurés, com o intuito de trazer de volta esta identidade cultural do concelho. Desde então, ainda com poucas apresentações públicas devido à situação pandémica, foi criada a Associação Folhateira/os que tem promovido algumas ações de recuperação e divulgação desta memória.