Caminha | Aquele que é considerado o mais mítico entre todos os festivais de música do país, o Festival de Vilar de Mouros, corre risco da edição de 2016 ficar sem efeito. A razão foi anunciada por Luís Montês, director da empresa ‘Música no Coração’ ao afirmar que « está dependente de patrocínios». Este director foi ainda mais longe nas suas afirmações e salientou que « se conseguirmos garantir patrocínios, realizaremos o festival. Caso contrário não avançamos. O festival poderá acontecer à mesma, se a Câmara Municipal assumir a organização».
Até ao fecho desta edição não conseguimos apurar quais as consequências com esta provável não realização do Festival de Vilar de Mouros. Segundo sabemos foi assinado no ano passado um protocolo com o objectivo da realização deste evento. No entanto, contactado pela LUSA, Miguel Alves recusou-se a prestar declarações.
Consequências para a Música no Coração? Ou para a Câmara Municipal de Caminha?
O certo é que a autarquia caminhense já tinha adiantado a organização do Festival para este ano por um consórcio liderado pela promotora Música no Coração, e que incluía ainda as empresas Probability Makers e Metropolitana. Mais: o município caminhense chegou mesmo a adiantar a data do festival para 25, 26 e 27 de Agosto.
Agora sabemos que tal pode estar em risco, e somente resta esperar pelo final deste mês para a total confirmação ou não, pois Luís Montês também adiantou que a promotora « continua a procurar patrocinadores, e que está a aguardar até ao final do mês respostas a algumas propostas».
Recordemos que já no ano de 2007, e a um mês da sua realização, o Festival de Vilar de Mouros foi cancelado por dificuldades de entendimento entre os vários parceiros envolvidos na organização e foi retomado em 2014, a cargo da Associação dos Amigos dos Autistas (AMA). Esta instituição de solidariedade também, avançou com o retomar do evento em 2015 e tal não se verificaria por ter sido cancelado pela Câmara Municipal de Caminha. Na altura, a justificação dada por Miguel Alves, presidente do município caminhense foi de « impreparação e incapacidade” da organização, a cargo da AMA, de acordo com o protocolo assinado.
A verdade é que todos estes rocambolescos episódios não fazem jus ao grande «pai» do Festival de Vilar de Mouros, dr. António Barge, o impulsionador e criador do mítico Festival por onde passou, entre outros, Elton John, U2 e Manfred Man.