Marcelo Rebelo de Sousa, o nosso Presidente da República, desta vez, parece-nos ter passado dos limites!
Nada nos move contra a presidencial figura de Estado, de quem me habituei reconhecer pela sua inteligência, abertura de espírito, simpatia.
A uma esmagadora maioria maioria de portugueses, dos mais diferentes quadrantes políticos, não deixou escapar o contraste flagrante com o seu esfíngico antecessor.
MRS teve o condão, a mestria e a habilidade de conseguir unir os portugueses, desde os sem-abrigo, ‘influencers’ e aqueles que se movimentam sinistramente pelos penumbrosos corredores de associações secretas.
Mas, a verdade é que, desta vez, parece-nos ter sido pouco prudente e equidistante, totalmente ao oposto do desejável para quem, no futuro, tem de ‘construir pontes’.
“Ao aceitar receber Paulo Rangel, este em plena disputa interna no PSD com o ainda líder Rui Rio, o Presidente empenhou abruptamente a sua palavra e compromisso perante os portugueses”
Ao aceitar receber Paulo Rangel, este em plena disputa interna no PSD com o ainda líder Rui Rio, o Presidente empenhou abruptamente a sua palavra e compromisso perante os portugueses. Marcelo, inadvertida ou intencionalmente – o que nele será de admitir por habitual no segundo caso… – tomou partido numa contenda de que se devia alhear: entre outros assuntos, a data aconselhável para novas eleições legislativas!
Rio é suficientemente educado para, apenas, mostrar-se surpreendido quando momentos depois foi questionado pelos jornalistas em frente às câmaras de televisão, em imagens que percorreram o país. Soube silenciar-se, embora revelasse incómodo pela surpresa e, desse modo, demonstrou muito mais respeito.
Marcelo vulgarizou-se. Um dia reconhecerão que, em política, passar de Deus ao Diabo, é num ápice. Os estados de graça são efémeros.
E quem tem gestos destes, poderá amanhã sentir dificuldades ou resistências quando se procuram consensos.
O hábito faz o monge. Ou será que… não faz?