Neste mês de junho fará 56 anos do Banquete do Hotel Roma, em Ourense, no primeiro metim político celebrado na Galiza apos o golpe fascista, com a participação interclassista de gentes chegadas de todo o país, convocados por intelectuais galegos e labregos, rejeitando o asulagamento do vale de Castrelo do Minho, que arruinou terras e vizinhos.
Depois daquilo construíram-se mais barragens, logo a celulosa de Pontevedra, a que posteriormente pretendeu-se construir em Ourense (instalação que impediu uma cidadania posta em pé), pinheirais e eucaliptos, os aerogeradores indiscriminadamente situados,… de todos tirarem proveito as empresas, maioritariamente forâneas, e os políticos. Os benefícios das elétricas com os rios galegos entre 2013 e 2022 foram de 3.522 M€. Galiza e os galegos os únicos prejudicados. E já não falemos da desleixada gestão, estatal e autonómica, das catástrofes do Urquiola, Prestige, Tocomeo (pellets) e outros.
E como este parece ser térreo conquistado ou colonizado, agora nos venham com o projeto português ALTRI, com Grenalia (no seu Conselho a ex-Conselheira de Xunta, Sra. Mato), de uma macro celulosa mais grande que Ence na comarca de Ulloa, Palas e Melide, no coração de Galiza, que, segundo explicam os alcaldes da comarca do Barbanza, supõe um impacto direto na Rede Natura 2000, ameaça flora e fauna endémicas, põe em risco o consumo de agua á povoação e industria do Barbanza (precisa de 46 M de litros de agua/dia) e as verteduras de agua residuais ao rio Ulla poderiam afetar ao sector do mar na Ria de Arousa, alem de rematar com o Camiño de Santiago (importante na economia da comarca) e mais as múltiples industrias agroalimentares (algumas com dimensão internacional), agricultura e gandaria e vida tranquila de seus habitantes.
“A celulosa Altri ocupará 366 has. e exporpiará (asumido pola Xunta) mais de 800 parcelas, emitirá mais gases contaminantes que Ence, incluso mais que todas as celulosas do Estado”
A celulosa Altri ocupará 366 has. e exporpiará (asumido pola Xunta) mais de 800 parcelas, emitirá mais gases contaminantes que Ence, incluso mais que todas as celulosas do Estado e, segundo Adega, as emisiões são um coctaile contaminante que provoca toda clase de problemas sanitarios graves, gases efecto invernadoiro próximos ás 100.000 Tm/ano e mais chuva ácida que Ence, com repercusões na agricultura e na gandaria, pondo em perigo o modelo socioeconómico da zona; perjudicará 758 granjas na contorma, consumirá mais de 1,2 M de m/3 de eucalipto/ano agudizando o processo de eucalioptização.
Rejeitana vizinhos e concelhos da contorna do Ulla, D.O.,empresas e produtoras agroalimentarias, os quatro concelhos do Barbanza, a ria de Arousa (que se librou no 1974 de Alúmina) que apresentarom ao projeto mais de 20.000 alegações, por ser um das maiores ameazas medioambientais da última década.
Resulta curioso que o plano urbanístico de Palas de Rei impedia o uso indutrial dos terreos que pretende Altri, qualificação que mudou a Xunta para facilitar sua instalação. Tambem que o proprio Altri admita que o rio Ulla não possa depurar a polução da celulosa e reconhece a contaminação no encoro de Portodemoruros. E que a consultora, Pöyry, que desbotou o traslado de Ence ao Ulla agora aceite a pasteira lusa.
Precisamos facer ouvir a Governo central, Xunta e orgaismos implicados a opinião dos que ocupam essa terra fronte a uma empresa foránea que ademais solicita ajudas económicas públicas.
Quinta do Limoeiro, junho de 2024