A desaparição na web da Casa Branca USA do idioma castelhano, ao parecer ja reposto, ocasionou moitedume de protestos em todos os estamentos espanhois; sim, espanhois, incluidos os estamentos espanhois na Galiza, políticos e culturais. Objecto de críticas e reclamações por sectario, xenófobo, ofensivo, impertinente, inoportuno e muitos outros adjetivos; tudo em evidente contraste com o manifesto júbilo ante a declaração que meses antes se figera polos dirigentes politicos de Puerto Rico de elegir como idioma oficial o castelhano
Assombra a beligerancia e paixão de políticos e culturetas espanhois (infelizmente, também galegos) em defesa do castelhano mentras não só despreciam senom que tambem atacam ás linguas proprias de países englobados no Estado espanhol. A sensivel pel castelhana para com seu idioma carece em absoluto de sensibilidade fronte ao sentimento de identidade que liga galegos, catalans e vascos com sua fala… ou tal vez do que se trata é de anular esse sentimento de identidade.
O odio aos outros idiomas pode provir de um sentimento de prepotencia ou de inferioridade. O espanhol sinte que seu idioma deve ter especial protagonismo porque é muito mais importante e superior a qualquera outro polo que eses “outros” devem desaparecer ou ficar reducidos a meras reliquias rurais. O galego sinte complexo de inferioridade, sinte que seu idioma é irrelevante, rústico e empobrecedor, coincidindo com o espanhol tambem em que deve desaparecer; ainda que tópico, o síndrome do colonizado.
“O galego sinte complexo de inferioridade, sinte que seu idioma é irrelevante, rústico e empobrecedor”
Pode resultar reiterativo, mas penso necessario insistir em que o idioma é a nossa principal sinal de identidade. Por isso considero acaído que no Processo Adiante, na Comissão Nacional da Lingua, uma das conclussões ou propostas seja a de “recuperar a lingua para o primeiro plano” porque será nosso cartão de apresentação; não só somos galegos porque falemos galego, mas sim o somos se o falamos. Temos que levar ao convencimento de aqueles que, ainda sentíndose galegos, utilizam o espanhol como lingua habitual que empobrecem nossa cultura ao reduzir o ámbito de uso do idioma e que o galego é tam útil, tam importante e tam culto como pode ser qualquera outro idioma, que nos permite contactar com mais de 267.000.000 de falantes e mergulharnos numa cultura e lingua que som as terceiras ou quartas do mundo. Porque o galego pertence ao mundo da lusofonia no que se integram Portugal, Brazil, Mozambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Timor, Guinea Ecuatorial, Macau e Santo Tomé e Principe. Tambem por isso considero igualmente acertado que no relato de propostas se inclua a de “achegamente ao reintegracionismo”, que facilitaria a comunicação e acesso a toda a literatura escrita em galego-portugués.
Nosso idioma tem sido maltratado por proprio e extranos. Os proprios as vezes por autoodio e as vezes por desconhezimento ou desidia. De tal jeito que resulta imprescindivel, como assim se propõe, “melhorar a qualidade da lingua entre a militancia e cargos institucionais e orgánicos do BNG”, que nos enriquece pessoal e socialmente e ao mesmo tempo dignifica o proprio idioma. Sinto auténtica vergonha quando escoito intervenções parlamentares ou nos Concelhos e Diputações, utilizando um galego deturpado, basto, empobrecido, ridículo incluso; essas pessoas provavelmente cuidariam mais sua fala em espanhol, porque para eles o espanhol é idioma de cultura mentras que o galego segue a ser um idioma de terceira, mais proprio de aldeanos no que um não precisa formação. Destaquemos a importancia de nossa lingua; cuidemos nossa fala. De todos nós depende impulsar, desde dentro ou desde fora das institucions e na nossa vida diaria, o uso normal e qualitativo do galego.
“Sinto auténtica vergonha quando escoito intervenções parlamentares ou nos Concelhos e Diputações, utilizando um galego deturpado, basto, empobrecido, ridículo incluso”
Fortalecer as asociações e institucões culturais que trabalham a prol da normalização do uso do galego em todos os ámbitos sociais e do ensino. Temos direito a usar nossa fala e ninguem pode impedirnos, pois bem, fagamos uso de este direito e tratemos de cultivar o conhezimento do idioma pola leitura de tantos livros sobre qualquera das materias polas que sintamos curiosidade ou nos podam servir no ocio ou no trabalho. Em galego-portugues, bem na empobrecida ortografia da normativa oficial bem na norma internacional, existe literatura específica para cada necessidade; e a leitura enriquece o uso do idioma.
Sardá, num programa de TV6, dicia que ele gostaria de viver como um portugués; sentim curiosidade e escoitei os motivos: ele dicia que um portugues acorda pola manha e da os bos dias em portugues, escoita a radio em portugués, lé o jornal em portugues, sae á rua e fala com a outra gente em portugués, chega ao trabalho e desenvolvesse em portugués…; ele gostaria de viver como um portugues, mas em catalán. Nos podemos intentar viver como portugueses no que depende de nos e procurar influir para que na parcela dos demais se consiga igualmente viver como um portugués.