Outra vez dia da pátria, da Pátria Galega, cada vez menos pátria e menos galega. Passam os anos e os próprios galegos nos encargamos de, polo menos, assumir a dependência em relação com os poderes fácticos e políticos do centralismo espanholista, somos sumiços e adaptáveis, damos gratuitamente á oligarquia nossos votos que depois administram no seu exclusivo beneficio, perpetuando o atraso, empobrecimento e esvaimento do povo galego Alguns consolaremos esse dia a Galiza do abandono identitário de outros muitos. Algo poderíamos mudar se fôssemos capazes nas vendeiras eleições de votar em galego, em nacionalista.
“Alguns consolaremos esse dia a Galiza do abandono identitário de outros muitos”
Mentras o espetáculo que nos dão os políticos espanhois resulta esperpéntica. Não parece adequado que um partido político com pretensão de governo base-e sua campanha publicitaria no rancor, a desqualificação e a mentira. Porem, ao parecer vende. Porquê? A perseguição e derrube pessoal do Presidente legitimo e representante do país parece-me uma indignidade, especialmente porque, com luzes e sombras, seu governo navegou com bastante fortuna entre uma pandemia e uma guerra em Europa e a “pertinaz sequia”. Temos a energia mais barata de Europa e a inflação mais baixa, uma ocupação laboral superior a outras épocas e conquistas em direitos sociais e humanos teimosamente impugnados por uma direita troglodita que aturde o pensamento popular. Digo eu, quantos beneficiados com a suba do salário mínimo votarám direita? Ou prejudicados com as restrições á saúde ou o ensino públicos? Ou beneficiados com pensões não contributivas? Ou assíduos de comedores públicos escolares? Ou pertencentes ao coletivo LGTBI? Ou precisadas de interrupção do embaraço? Ou mulheres maltratadas?
Essa direita, que encandila incluso a classes sociais desfavorecidas, não engana nos seus projetos, já anunciou derrogações e limitações ao Acordo laboral ao imposto aos ricos, o aborto ou eutanásia, as conquistas LGTBI. Um gramo de cordura, um pensar em positivo e nas nossas necessidades poderia iluminar nosso voto.
Quinta do Limoeiro, julho de 2023