Natural de Redondela, Carlos Pazos-Justo (1975) é licenciado em Filoloxía Galega e Filoloxía Portuguesa (USC) e mestre en Teoría da Literatura e Literatura Portuguesa (UMinho), universidade onde coordina o Centro de Estudos Galegos e é profesor do Departamento de Estudos Románicos. Forma parte tamén da Rede Galabra, enfocada nos estudos históricos, literarios e culturais entre Galicia, Portugal e a Lusofonía.
Acaba de ser nomeado como novo presidente da AIEG. Cales serán as súas prioridades nesta nova etapa?
Devo começar por dizer que a candidatura que apresentamos à direção da AIEG nasce no âmbito de uma crescente colaboração entre os três Centros de Estudos Galegos de Portugal, o da Universidade do Algarve, da Universidade Nova de Lisboa e o da minha universidade, a Universidade do Minho.
Um destes projetos foi, com a participação de mais colegas de outras universidades, a formalização de uma candidatura à direção da AIEG, felizmente aprovada pela assembleia da AIEG em setembro passado em Varsóvia. Assim, a atual diretiva conta com colegas de, ademais das universidades citadas, da Universidade de Varsóvia, da Universidade de Santiago de Compostela, da Universitat de Barcelona e da Universidade de Lisboa.
Baixo o lema “Visibilizar, articular, fortalecer, Portugal/Lusofonia”, pretendemos visibilizar e fortalecer a AIEG e estabelecer vínculos duradouros com o mundo português. Mais em concreto, o nosso programa de atuação contempla realizar um diagnóstico sobre o estado dos estudos galegos no mundo ou lançar um prémio internacional de estudos galegos. Por outro lado, o próximo congresso da AIEG terá lugar na Universidade do Minho, em Braga, na primavera de 2024.
“O nosso programa de atuação contempla realizar um diagnóstico sobre o estado dos estudos galegos no mundo ou lançar um prémio internacional de estudos galegos”
Vde. é o primeiro presidente da AIEG que é profesor dunha universidade portuguesa, a UMinho. Qué dimensión ten este nomeamento?
A Vice-presidência também é ocupada por uma professora da Universidade do Algarve, a Professora María Jesús Botana Vilar; e outros colegas de universidades portuguesas também fazem parte da nova direção. Aponto isto para dizer que se trata, assim o entendo eu, de um trabalho de equipa; só desta forma, parece-me, é que se podem identificar objetivos relevantes e tentar alcançá-los.
Já quanto à UMinho, ainda que sou suspeito, creio que se trata de uma das universidades portuguesas, talvez europeias, que mais se tem significado por promover o contacto académico, e não só, com o espaço galego. Pessoalmente, sempre senti uma ampla abertura para com o mundo galego na Universidade do Minho.
A lusofonía é unha das liñas de investigación principais da AIEG e tamén da Rede Galabra, da que Vde. é membro. Que novidades podemos agardar coa súa presidencia?
No âmbito da Rede Galabra, concretamente no Grupo de investigação Galabra-UMinho que botamos a andar há alguns anos na UMinho tenho-me ocupado também das relações culturais entre a Galiza e Portugal. É, digamos, um assunto que me é muito caro. Por outro lado, fruto da articulação crescente entre os três Centros de Estudos Galegos das universidades portuguesas, lançamos em 2021 o livro “Galiza e(m) nós. Estudos para a compreensão do relacionamento cultural galego-português”, que de alguma forma é continuação de uma publicação anterior, “Portugal e(m) nós. Contributos para a compreensão do relacionamento cultural galego-português”, que contém textos do âmbito da Rede Galabra.
Pessoalmente, penso que a AIEG poderá estabelecer um diálogo frutífero com o mundo académico português e lusófono. O ponto alto para tal deverá ser o congresso da AIEG que terá lugar na UMinho, em Braga. Lembre-se, ao respeito, o lugar simbólico que a cidade de Braga ocupa imaginário galego (antiga capital do Reino Suevo, etc.)
“Penso que a AIEG poderá estabelecer um diálogo frutífero com o mundo académico português e lusófono”
Como será o traballo en rede cos centros de estudos galegos no exterior?
Articular. Esta penso ser a ideia principal que deve orientar o trabalho da AIEG acerca dos estudos galegos no exterior. Articular no sentido de conhecer o que se está a fazer e também no sentido de optimizar recursos e possibilidades. Como comentava, uma das ações que temos previstas é a de tentar fazer um diagnóstico do estado dos estudos galegos no exterior para assim, no melhor dos casos, contribuir para uma boa planificação e enfrentar os desafios presentes e futuros.
Ten a AIEG programas específicos para incluír á diáspora galega como vector de difusión da nosa lingua e cultura?
A AIEG é fundamentalmente uma entidade académica, nutrida de pessoas que desenvolvem o seu trabalho nos estudos galegos ou áreas afins em universidades e outras entidades similares. Como tal, está naturalmente disponível para colaborar com as comunidades galegas afincadas na Europa e outros continentes.
A AIEG, conta desde há tempo, com parcerias com várias entidades galegas que deve consolidar. Em geral, em minha opinião, a AIEG deve estar aberta para, em função das suas capacidades, estabelecer relações com outras entidades e realidades e contribuir a construir um necessário diálogo com outros espaços culturais, próximos ou não, para assim cumprir a sua missão consignada nos seus estatutos.