Melgaço | O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) apresentou o recentemente concluído Plano de Gestão da Pesca Lúdica do rio Mouro, novo instrumento jurídico que foi bem acolhido, porque “todos saem a ganhar” com o alargamento do perímetro de pesca, havendo mais garantias de preservação das espécies como salmão-do-Atlântico (Salmo salar) e a enguia-europeia (“Anguilla anguilla”).
O rio Mouro, afluente do Rio Minho, nascido em Lamas de Mouro, concelho de Melgaço, é o resultado da junção de três nascentes: Cabeça do Pito, Portela do Lagarto e Trincheira.
Desde os 1.200 metros de altura, onde nasce, até à sua confluência com o rio Minho, em Ponte do Mouro, Monção, percorre 32,7 quilómetros. De acordo com ambos os municípios, trata-se de um dos rios menos poluídos do país.
Segundo a responsável do ICNF, a diretora regional do Norte, Sandra Sarmento, esta operação permitiu uma melhor divulgação das novas regras de pesca e a gestão sustentável, dos recursos aquícolas, designadamente de importantes valores de conservação destas duas espécies.
A abertura da pesca lúdica, de acordo com as preocupações de maior sustentabilidade dos recursos explorados, irá ainda assim permitir alargar a pesca, no curso de água principal, onde passarão a existir áreas de pesca sem morte (recorrendo apenas a meios e processos de pesca consentâneos com aquela mesma prática) e também de pesca com morte (com quotas e medidas mínimas definidas), segundo explicaram técnicos e outros responsáveis.
Este modelo de ordenamento e gestão das massas de água de montanha têm como preocupação adicional a salvaguarda daqueles valores de conservação, que ainda é possível dispor neste tipo de massas águas interiores nacionais, privilegiando os afluentes como importantes áreas de proteção, de refúgio e de reprodução.